domingo, 16 de dezembro de 2012

...



nus, sem espelho
que lhes mostrasse como eram
podiam sonhar com a perfeição...
... teriam tempo nos gestos lentos das mãos
olhavam uns para os outros
procuravam o reflexo do que tinham vivido
e descobriam que pouquíssima coisa restara
nem amor, nem ciúme, nem paixão...
... olhavam desenhar-se na palma da mão
a linha nítida e branca que separa a vida
da penumbra envelhecida do coração...



Diários de Al Berto, 8 maio 1984/terça

2 comentários:

  1. Envelhecer junto partilhando corpo e a alma, uma das formas de amar verdadeiramente.

    Beijo*

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