quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Cloud Atlas




Cloud Atlas apresenta seis histórias, todas elas aparentemente desfasadas entre elas: em 1849 aborda o tema da escravidão; em 1936 um romance homossexual e a elaboração de uma obra de música clássica; em 1973 uma investigação jornalística; em 2012 uma má relação entre dois irmãos; em 2144 clones desafiam o poder vigente; em 2321 o mundo post-apocalíptico.
Cloud Atlas é um filme diferente. Maravilhoso em termos de fotografia, impecável a nível estético, seguro nos seus conceitos, apaixonante nos seus valores. A verdade é que estamos perante uma obra que exige uma postura do cinéfilo, já que as seis histórias entrecruzam-se umas nas outras e nem sempre é fácil seguir os seus respectivos argumentos. Aparentemente cada uma é independente das restantes, mas há aqui e ali um elo de ligação entre elas, um elo que nem sempre é fácil de acompanhar. Por isso, o espectador não se deve assustar se, na primeira hora, estiver completamente perdido. A pergunta  "que merda de filme, o que é que eu estou aqui a fazer!?" não é aliás disparatada nos primeiros 60 minutos. Mas, aos poucos, a linha argumentativa do filme encaminha o espectador para onde pretende. A revolta contra o sistema, o amor impossível, a bissexualidade, a amizade onde ela menos se espera, a traição, a conectividade entre humanos e clones, o poder, a liberdade… Os temas abordados são inúmeros. Na minha opinião, excessivamente longo. Podem ver aqui a explicação para cada época do filme (que não vou contar aqui para não estragar a quem ainda não viu)
Aplausos, muitos aplausos para a caracterização! Que fez toda a gente exclamar no fim do filme! Mesmo os mais confusos, os que não tinham achado piadinha nenhuma e até aqueles que riem às gargalhadas só porque alguém cai (God save the world! NOW!)... todos ficaram embasbacados com a caracterização de todos os personagens principais.












Particularmente, como acredito noutras vidas e noutras vidas noutros sítios, gostei de ver graficamente representada uma dúvida actual: Será mesmo que estamos a evoluir nos tempos? Ou já alguém muito mais evoluído que nós já cá andou antes? (Sobretudo quando se perguntam, como foram construídas as pirâmides do Egipto. Se naquela altura os aparelhos eram rudimentares e tal e tal...) Em Cloud Atlas o ano de 2321 é apresentado como termos regredido, e muito, no nosso modo de vida. Talvez porque a terra já foi habitada por gente mais avançada e seguramente por gente menos avançada. Quem somos nós para acharmos que somos únicos e importantes aqui?


Adoro este tema...

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