terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

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"Não quero trajectos sem calhaus, pessoas sem problemas, muito menos glórias sem lágrimas. Não quero o tédio de só continuar, a obrigação de suportar, andar na rotina só por andar. Não quero o vai-se andando, o é a vida, o tem de ser, nada que não me ponha a gemer. Não quero o prato sempre saudável, a saladinha impoluta, a cama casta, o sexo virgem. Não quero o sol o dia todo, a recta sem a mínima curva, não quero o preto liso nem o branco imaculado, não quero o poema perfeito nem a ortografia ilesa. Não quero aprender apenas com o professor, a palmadinha nas costas, o vá lá que isso passa, a micro satisfação, a minúscula euforia. Não quero os lábios sem língua, a língua sem prazer, fugir do que mete medo, e até acomodar-me ao que me faz doer. Quero o que não cabe no regular, o que não se entende nos manuais, o que não acontece nos guiões. Quero a ruga esquisita, a mão descuidada, a estrada arriscada, a chuva, o vento, as unhas cravadas, o animal do instante. Quero ainda tentar o que ninguém fez, olhar para o imperdoável, gastar como um louco as possibilidades. Quero sobretudo o que me assusta, o abismo em segredo, o interior das tuas pernas, a maneira como o suor te escorre no centro do peito, e a forma impossível como te exprimes quando te vens."

Pedro Chagas Freitas





Nunca pertenci a rebanhos, nunca fui "igual às outras", nunca quis o que os outros queriam, nunca foi "comum", nunca fui monotonia, sou apaixonada e tenho sangue ardente e mãos geladas por ter o coração quente, sei dizer "Não." e sei dizer "Agarra-me fod@-se!", sei do que não quero e do que quero só de algumas coisas sei, mudo de ideias sempre que percebo que estava errada e não vale a pena dizerem-me que "por aí não é o caminho" que eu não ligo pêva, sou emotiva e sensível e posso parecer durona, mas segreda-me ao ouvido um "abraça-me" e verás que não passo de uma derretida igual às outras. Meto os pés pelas mãos, o coração na boca e depois choro que me farto, mas sou real, de verdade, sincera, transparente e de confiança. Tenho defeitos e qualidades, sou humana, caramba!

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