quarta-feira, 28 de março de 2012

Bairro Alto

Gosto imenso de programas culturais. Gosto de conhecer nova gente (nova para mim), gente que canta, que dança, que cria e partilha essa criação com os outros. Gosto mesmo muito. Mas, o programa da RTP2 "Bairro Alto" é assustador. Podia (e quer com certeza) enquadrar-se nessa prateleira de programas culturais, mas sinceramente, tudo é mau.
Ontem, ao fazer zapping, parei no segundo canal da RTP pois estava a ser entrevistado o David Fonseca. Gosto imenso do David. É um comunicador nato, divertido, boa pinta, boa onda, boa voz, é alto (!), canta bem, faz um show de primeira (já tive oportunidade de o ver ao vivo no Festival Sudoeste)... enfim... tudo em bom... mas quase... quase que uma pessoa não olha para ele nem escuta o que ele diz pelo grafismo do programa. Aquilo é muito, muito, mas muuuuito mau!
A começar pela identidade visual do programa, o logótipo:


Um grafismo completamente anos 70! Os quadradinhos ao alto a parecer os azulejos de qualquer casa de avó Zulmira (com todo o respeito por quem tem uma avó Zulmira). O vermelho e o azul típicos do costume desde que a cor é cor... enfim...
O genérico é de fugir! Mas... de fu...gir...!

http://tv.rtp.pt/programas-rtp/index.php?p_id=24878&e_id&c_id=8&dif=tv

Depois o belo do croma! Viva o croma! a RTP desde que descobriu o croma jasus nunca mais houve alma nos programas.



Pior que o uso do croma... é a projecção feita no croma!
Aquilo é para lá de mau! De deus nos acuda!


Olhem bem este terror:


Ele é bubles ondulantes, ele é uma foto horrenda do bairro alto, mas tão horrenda que fere os olhos! E a escadaria... a escadaria para nenhures é a cerejinha no topo do bolo! Pior que isto é absolutamente impossível! Depois é a carpete... que dizer da carpete... nada pah a sério... não vou dizer nada sobre a carpete! O paralelo no chão! É que nem é calçada portuguesa, são blocos de paralelo absolutamente assustadores!

O sofá... credo o sofá... que até poderia ser fashion é absolutamente surreal num programa de  TV. O convidado é que fica tapadinho (não vá ter meias brancas...) e o choninhas do apresentador é que fica exposto!
 E depois, que dizer sobre José Fialho Gouveia!? Sinto-me péssima, parece que só vim cascar o programa em força, mas a sério... José Fialho Gouveia é o quê!?



Com um ar de choninhas, betinho freak é o que é, é tudo em mau. Ele é a camisolinha roxa em cima da t-shrt amarelinha, é o all star para parecer cool, a carinha de sonso que jasus, a barbicha a ficar branca, como se esta lhe fosse dar alguma credibilidade, e mau, mau, mas mau conversador! Faz perguntas surreais, que ninguém percebe e ele vê-se obrigado a explicar "por outras palavras" e ainda termina com "não sei se estás a perceber onde quero chegar?"... Mau. Muita mau. Termina todas a entrevistas da mesma maneira: o entrevistado acaba de falar, respondendo a qualquer perguntinha parva de Zézinho e ele interrompe como quem vai para intervalo e diz "temos mesmo que terminar que já passaram 45 minutos... não perca na próxima semana o Bairro Alto" e pum... de repente termina algo completamente desestruturado e nós ficamos... "mas... mas... agora que o David estava a falar de ser cantor... e o novo álbum?... nem chegaram ao novo álbum!???"... Claro que não! O choninhas só lhe fazia perguntas desde o tempo em que o David saiu da maternidade!!!!








Ah e a propósito, David, gosto muito de ti apesar de teres ido perder tempo ao Bairro Alto e gosto de te ver com o cabelo mais compridinho como tens agora! Dá para agarrar atrás e isso é coisa que eu aprecio.

2 comentários:

  1. "Minha Mãe chamou por Ana ... ". Aprendi na infantil, nos bons velhos tempos da João de Deus. Alguém dizia então que se podia mudar o nome. Por exemplo: "Minha Mãe chamou por Rita ..." E eu achava que sim. Tanto faz, às vezes. Vem isto a (des)propósito do comentário, carregado de técnica, desta Ana. Aquela técnica que tão respeitável e desejável é mas tantas vezes serve para ajudar a vender gato por lebre, vacuidade e lugares comuns por qualidade. Logo hoje vim aqui ter tendo na memória próxima uma entrevista, mais uma, fabulosa, deste Fialho Gouveia, no Bairro Alto, ambos acima citados por Ana, a Chimamanda Ngozi Achivie. Uma conversa de duas pessoas inteligentes que criaram, graças sem dúvida à qualidade de FG, ao profissionalismo que denota na preparação das suas entrevistas, à sua evidente qualidade humana e cultural, mas também à qualidade da entrevistada, mais que sintonia, a empatia que raramente é tão evidente. Alguém terá reparado no cenário? A musiquinha infantil continuava depois: Oh Ana, Oh Ana ... E a Ana respondia: "Senhora minha Mãe, vou já". Faço votos de que vá mesmo. Ver se apanha a entrevista. E desta vez repare nos "pormaiores". Já agora, aproveite corrigir a "gralha", foi "gralha" de certeza, do seu texto. No melhor pano cai a nódoa. De "Custume" para "Costume". Nada de importante. Deve ser só um azulejinho de casinha de avó zulmira que caiu de algures e não teve tempo de tirar. E depois ainda há aquela outra "canção infantil" que acaba assim: "Ne sutor ultra crepidam!" Se não me falha o meu "inglês". José Castro

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  2. Grata José pelo seu comentário. Adorei o seu texto! Adoro gente com a língua afiada como eu e com pontos de vista diferentes, como os meus. Devia ter o seu próprio blog, já pensou nisso? Ficava-mos todos a ganhar com a sua escrita.
    Grata também por ter corrigido o meu erro ortográfico (e foi mesmo um erro, como fui capaz de errar), pois se este post já era bom e o mais lido de todo o meu blog (onde eu sou Ana e sou Rita, avó Zulmira e até José, onde sou miúda na "infantil" ou mulher, ou homem… quem sabe… porque aqui sou quem eu quiser) agora ficou perfeito!
    Obrigada e volte sempre, apesar de eu achar que este blog não é para o seu target, se não me falha o "inglês", pois aqui é só devaneios, loucuras e parvoíces de uma alma livre e solta.
    ana para os dois lados

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