sábado, 25 de janeiro de 2014

De zero a EU


“Todos nascemos zeros; mas muito poucos conseguem mudar de número.Para mudar de número é preciso uma dose imensa de persistência. E uma dose ainda mais imensa de imbecilidade. Crescer com aquilo que dói é a tarefa mais imbecil que pode existir.Só alguém com muito baixa auto-estima consegue, um dia, ser alguém com muito alta auto-estima. A auto-estima é realmente auto. Tens de agarrar em ti e levar-te para lá: para ela. Não podes esperar que, para aumentar a tua auto-estima, aconteça algo exterior a ti. Tens de perceber que até um insulto te pode elogiar.
Crescer é conseguir acreditar que até um insulto te pode elogiar.”


"In Sexus Veritas", de Pedro Chagas Freitas

"Tens de perceber que até um insulto te pode elogiar."

Esta semana senti-me insultada. Se calhar não foi a verdadeira intenção de quem me insultou... mas eu senti-me insultada. Pela primeira vez puseram em causa o meu profissionalismo, ou pelo menos pela primeira vez de uma forma tão injusta. Alguém que não sabe do que fala achou por bem julgar-me. Aceito críticas sobre tudo o que faço... tudo! Escrevo nos e-mails das propostas que mando "aguardo atentamente feedabck e aceito reclamações" E quando eu dou tudo de mim, o melhor de mim e me dizem que é pouco... senti-me insultada.
Acho que isso me pôs doente fisicamente. Dores de cabeça, ansiedade, nervosismo, cabeça sempre a pensar naquilo... mas foi sem dúvida uma grande lição.

Sei a alguns meses que tenho que abrandar. Que ando a puxar demais por mim. Ando a puxar demais por uma parte da minha vida que agora não precisa - o trabalho. Mas quando pessoas de quem gosto precisam de mim... eu tenho alguma dificuldade em dizer que Não. Faço algo maior, mais difícil, ou menos comum: explico de coração aberto que só tenho as noites e os fins-de-semana... que isso provoca alargamentos grandes nos prazos de entregas, e prometo sempre que farei de tudo para conseguir que seja o mais rápido possível. Implica isto sair do emprego, vir para casa, comer uma sopa em 3 minutos e dedicar-me ao trabalho durante horas até algo estar terminado ou ser vencida pelo cansaço. Mas está tudo certo isto... isto sou eu quando cumpro aquilo que prometo. "Está OK para nós" recebo como resposta.
Depois recebo um telefonema surreal.

Mas era tudo o que eu estava a precisar. Mas que bom que foi tudo isto. Eu quero trabalhar das 9 às 18h... ir ao ginásio e chegar a casa, jantar calmamente com as pessoas mais importantes da minha vida e esbaldar-me para a cama com um sorriso de orelha a orelha. Quero aproveitar as sextas para o cinema. Os sábados e Domingos para o que eu quiser e com quem eu quiser... e que tudo o resto vá para o inferno.

Já muitas vezes fui ao zero, fui ainda bem mais abaixo que isso e depois passei a imbecil. E como eu não faço nada por pouco, estou mesmo muito imbecil! Neste momento estou bem lá em cima... neste momento estou onde EU quiser. Com gratidão, humildade, amor, dedicação e muito... mas muito profissionalismo.
E como a lição do "Que se foda!" foi a mais difícil de aprender nos últimos anos... quem concordar comigo, Obrigada, quem não concordar, lamento, mas Que se foda!











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